A colega misteriosa
Duas jovens, em meio ao burburinho das colegas que brigavam e falavam mal umas das outras na faculdade, não compreendiam uma certa moça. Ela não era alegre demais, nem triste demais. Cumpria seus deveres, chegava sempre na hora, tratava a todos com respeito e nunca se envolvia em confusões. Mas a tranquilidade dela incomodava. “Perfeitinha demais”, diziam. “Deve esconder um grande defeito. Talvez seja até uma psicopata.” Decidiram então investigar sua vida. Seguiram-na após a aula, bisbilhotaram suas conversas, observaram suas redes sociais. Até mesmo foram à sua casa, sob o pretexto de copiar um trabalho. Passadas algumas semanas, um amigo em comum quis saber: — E então? Descobriram os podres dela? As duas se entreolharam. Uma baixou a cabeça, envergonhada. A outra tentou falar, pensou em inventar uma mentira, mas suspirou e respondeu: — Pior do que isso... Descobrimos que ela é muito gente boa.