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Mostrando postagens de 2009

Paraense é pai d'égua!

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Não há nada mais paraense que ir pra Praça da República no domingo, se abrigar da chuva no coreto e ainda ouvir alguém dizer: "Égua, arriou!" .

۝ Mundos ۝

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 Cada um de nós tem um mundo diferente. É como um código genético ou uma impressão digital: Insubstituível. Apesar de compartilharmos sensações e vivências, temos nosso próprio conjunto de células e sinapses. Ninguém jamais saberá como é estar em nossa própria pele. A união de tudo, de todas as percepções, se dá para cada ser de forma única. É daí que vem o prazer em fazer novos amigos. Conhecer alguém é como fazer ou receber uma visita . Alguns tiram o sapato antes de entrar, outros simplesmente vão invadindo. Alguns parecem médicos. Outros, demoram uma vida inteira. Em alguns casos a conversa tá boa, a companhia agradável, mas por um motivo qualquer, é hora de ir embora . A paixão traz consigo lógica semelhante: Primeiro rola profundo interesse em conhecer aquele ponto turístico, cultura, clima. Você arruma as malas e se manda pra lá. Depois vem a fase da descoberta . Tudo é tão gostoso que nos faz querer viver ali por tempo indeterminado. Até que - num dia qualquer - enquanto v

PROGRAMAÇÃO PARA O FIM DE SEMANA

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Política: uma experiência enriquecedora . adoro a Mafalda!

"Viver a Vida" do jeito que o 'plim-plim' quer

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Mesmo não sendo noveleira (na verdade televisão é algo profundamente entediante pra mim), a nova de Manoel Carlos, "Viver a Vida", tem me chamado atenção. A protagonista Luciana, (interpretada pela atriz Alinne Moraes) mimada e em pleno deslanchar de sua carreira de modelo, sofre um drástico acidente de carro que lhe deixa tetraplégica. A lição de esperança, força de vontade e superação é - de fato - uma boa faceta do tema central da trama. Mas, não sei... há alguma coisa de não-convincente aí. Primeiro que dentro do Projac pobre leva vida de rico. Perdoem-me os defensores do "plim-plim", mas o padrão de pobreza que eu conheço é outro. Segundo que, de alguma forma, sempre é passada essa idéia de resignação que não engulo. Os vilões quase sempre são ricos e os mocinhos pobres e felizes que fazem festa o tempo todo, vivem rindo, se divertindo. "Pobre é que é feliz". Será que é mesmo assim ou... é o que o sistema acha conveniente que pensemos? Deve ser po

Medo da Eternidade

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Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: - Como não acaba? - Parei um instante na rua, perplexa. - Não acaba nunca, e pronto. - Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo im

A aluna e o professor

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- Maria, me perdoe, mas você se veste como adolescente. Não parece ser madura o suficiente para assumir esse cargo da minha empresa. – disse João à Maria. João é professor. Maria, estudante de jornalismo. Ela pleiteia uma vaga na empresa dele. - Perdoe-me, professor, mas roupa não reflete personalidade. - Defendo a teoria de que toda pessoa reflete, sim, por fora o que é por dentro – disse, torcendo o pescoço enquanto ajeitava a gravata. - Até pareceria convincente, professor, caso eu não conhecesse grandes homens, pesquisadores da Universidade Federal do Pará, que de longe parecem mendigos. Pra mim, isso de “roupa reflete personalidade” é discurso capitalista, pós-revolução industrial, professor. - Não me referi à posição social, querida aluna. - Se você não entendeu, querido professor. Eu também não me referia à posição social. Homens feitos, mulheres maduras não necessariamente precisam se vestir social, falar formalmente – a não ser dentro da empresa que trabalham.

Blog(s) perfeitinho(s)

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TODOSOSDIAS UMA SURPRESA DIFERENTE!:) Da minha querida amiga Gabi recebi este meigo selinho! Mais uma vez, fiquei muito feliz e lisonjeada com a surpresa! Ela tá me acostumando mal...rs Bom, como tradição, devo passar o testemunho a outros blogs, que deverão - assim como farei - responder ao questionário (abaixo). Mania: Várias. Sou cheia delas! Por exemplo, me balançar enquanto falo, explico, apresento algo. Pecado capital: Luxúria. Melhor cheiro do mundo: Gosto de sentir nas pessoas cheirinho de limpeza. Sabonete líquido, shampoo, perfume. É bom. Se o dinheiro não fosse problema: Eu conheceria o mundo inteiro. História de infância: Nossa, são tantas! Eu aprontei bastante...rs O que não gosto de fazer em casa: Na verdade eu não gosto de afazeres domésticos. Habilidade na cozinha: Comer TUDO que nela é preparado! :D Frase preferida: Escolherei uma bem legal para colocar aqui, porque são muitas, é difícil escolher. Passeio para o corpo: A ilha de Algodoal. Passei

Uma tática diferente...

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Ontem saí do trabalho no horário costumeiro e não quis pegar um fresquinho (o transporte é mais rápido e confortável, mas muito caro). Então peguei uma linha comum mesmo, um a das duas que não costumam encher até meu destino. Lá no fundão sentei ao lado de uma mulher magra, franzina, cabelos curtos e expressão de cansaço, abatimento. Um menino dormia (ou descansava) com a cabeça em seu colo. Ela tinha em mãos uns papéis desses que são distribuídos por pedintes nos ônibus. "Deve ter distriuído e agora volta pra casa", pensei. Ela me olhou, olhou para os papéis. Me olhou novamente, olhou para os papéis. "Ih... acho que ela vai me dar um desses recadinhos", retruquei comigo mesma. Não deu outra. Ela entregou o papel a mim e a um rapaz que sentava no banco da frente (talvez para disfarçar). Dei R$1,00 a ela, que me agradeceu com um sorriso bastante simpático. Que bom. Nada pior que fazer uma doação e receber um olhar de "só isso?", seguido de nenhum agrad

ESTRATÉGIAS PUBLICITÁRIAS

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Outro dia me flagrei em frente à um marreteiro da praça da república, admirando uma baby-look falsificada de uma determinada marca. O preço não me encheu os olhos tanto quanto ela: o dobro de qualquer camisa daquele estilo. Tinha uma malha vagabunda gritando "vou besbotar em no máximo três lavagens!", mas os pobres ouvidos consumistas foram  adquirindo um estranho hábito de não tomar banho mais ou menos desde a  rimeira revolução industrial, sabe? Aí eles às vezes não escutam bem. Por sorte, os meus haviam sido limpos um dia antes e escapei dessa por pouco. Quem já estudou as estratégias publicitárias ou mesmo parou para tentar entender o que acontece nos meios de comunicação, conhece bem todo tipo de manipulação das empresas em cima de seu alvo: nós, as marionetes! Mas será que somos tão fáceis assim de persuadir? Adorno e Horkheimer certamente diriam que sim. Paulo Freire tentaria provar que não, contrapondo a teoria da agulha hipodérmica ("compre batom", e o c

A pessoa errada

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Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa, que se você for parar pra pensar, é na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho: chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas.Mas nem sempre precisamos das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada. A pessoa errada te faz perder a cabeça, fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor. A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar, que é para na hora que vocês se encontrarem a entrega seja muito mais verdadeira.A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lagrimas, essa pessoa vai tirar seu sono, mas vai te dar em troca uma inesquecível noite de amor. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar toda a vida esperando você.A pessoa errada tem que aparecer para todo mundo, po

Viva Mestre Verequete!

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O Pará está de luto. Faleceu ontem, (3/11/2009), com grave insuficiência respiratória, o nosso querido mestre Verequete, aos 93 anos de idade. Autor de 10 discos e 4 CDs, Augusto Gomes Rodrigues, era um dos maiores ícones da cultura - e principalmente do carimbó - paraense. Ainda neste ano, dia 26 de agosto (considerado, em homenagem ao mestre, dia municipal do carimbó) comemoramos o último aniversário do artista, na praça Waldemar Henrique. Ao som de diversos ritmos paraenses, Christophe, Tami, nosso professor da faculdade e eu nos divertimos imensuravelmente.  Comemos, dançamos, cantamos e aplaudimos o rei dos tambores na hora do parabéns. Teve direito a bolo e tudo. A imagem do velhinho moreno, com o chepeuzinho branco (marca registrada dele) numa cadeira de rodas em cima do palco - tão frágil, tão querido - não sai da minha cabeça um só instante, me arrancando uma lágrima aqui, outra ali, ao longo do dia. Talentoso, ele tirava suas próprias músicas de cabeça (até porque

O último suspiro

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Sabe quando você fica nostálgica? Hoje fiquei assim, duas vezes. Uma pela manhã, na esteira da academia e outra agora... Depois do almoço. Não, não tomei açaí. Talvez tenha tomado outra coisa: consciência. De vez em quando caio numa espécie de transe e um filme muito louco passa bem em frente aos meus olhos. É a minha vida. Lembro de tudo que fiz; do que não fiz; do que consegui; do que deixei para trás por medo ou por insegurança. Penso em tudo o quanto já vivi, os lugares onde estive. Em alguns pretendo voltar, em outros... apenas foi bom tê-los conhecido. De repente me enxerguei votando pela primeira vez. Estava nervosa, com medo de errar alguma coisa. Me sentia importante, ao mesmo tempo idiota. Pensava se era possível mudar o mundo. Hoje eu já tenho a resposta e ela não me agrada. Me teletransportei para o condomínio fechado no qual quis morar durante toda minha infân cia e finalmente consegui, vivendo lá por seis anos. Senti exata mente a frustração de não ter sido bem o

Selo de reconhecimento - Blogs premiados

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OBRIGADA, GABI! [[Prémio criado pelos blogs Osho-br e Koyanisqatsi]] Esta postagem vai, em primeiro lugar, em homenagem à minha querida amiga Gabi , por me presentear com o lindo selo de reconhecimento (ao lado direito deste blog). Obrigada, Gabi! O Escarlate e eu adoramos a surpresa! Agora devo repassá-lo a outros bloggeiros merecedores do prêmio: http://gabi-todososdias.blogspot.com/ http://gabi-bipolaridades.blogspot.com/ http://ideiasassoltas.blogspot.com/ http://myroseblack.blogspot.com/ http://maquinadeletras.blogspot.com Quero agradecê-los por me proporcionar tão bons momentos de leitura e dizer que os blogs não estão em ordem de importantância. Ok? Beijinhos escarlates a todos, com muito carinho!!

Estrangeirismos globalizantes

A influência estrangeira (principalmente a norte-americana) no mundo é visivelmente forte. Isso é espelhado de diversas formas: moda, mídia, culinária, economia e - como não poderia faltar - linguagem. Sabe-se que a língua é viva e se renova constantemente, mas isso é bom ou prejudicial aos países receptores dessa carga de cultura alheia?   Os meios de comunicação são verdadeiras enzimas catalisadoras no processo de metabolismo lingüístico. “Kits escolares: superfaturamento passa de R$ 7 mi ” (Diário do Pará – 04/10/09); “Honduras ameaça retirar status diplomático da embaixada do Brasil” (BBC Brasil – 27/09/09); “Com dose de glamour, bares apostam no sucesso dos coquetéis” (Folha Online – 14/08/09). Até mesmo termos utilizados por jornalistas são predominantemente americanizados. Um leigo dentro de uma redação ficaria perdido (a não ser que fosse americano). “Lead, background, off, fade, feed back, follow up, spot, drops, iceberg, deadline, etc”.     Existem vários tipos de estr
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Círio outra vez Pe. Fábio de Melo Quando a vida faz nascer o mês de outubro Eu descubro uma graça bem maior Que me faz voltar no tempo e ser menino E ao som do sino ver a vida amanhecer Ver o povo em procissão tomando as ruas Anunciando que é Círio outra vez Que a Rainha da Amazônia vem chegando Vem navegando pelas ruas de Bélem Corda que avança o corpo cansa Só pra alma descansar É o meu olhar chorando ao ver o teu olhar em mim Tão pequenina na Berlinda segues a recolher Flores e amores que o teu povo quer te dar Ó Virgem Santa, teu povo canta Senhora de Nazaré! Tu és Rainha e tens no manto as cores do açaí Soberana e tão humana tão mulher Tão mãe de Deus Nossa raça, nosso sangue Descendência que acolheu O mistério encarnado continuas revelando E por isso hoje é Círio outra vez. À Nossa Senhora de Nazaré  À minha vozinha querida Já sinto o cheiro das flores do manto. A cidade se prepara com os mais belos enfeites e o coração re

Como escrevo?!

Em plena quarta-feira, à noite, após um dia tumultuado, cheio de obrigações, compromissos, trânsito caótico, calor infernal e mais alguns problemas adicionais, meu professor de Redação Jornalística me aparece com esse trabalho valendo ponto: escrever sobre como escrevo. É mole? Se eu fosse o Chaves e ele o professor Girafales, entregaria uma folha de papel com a frase “escrevo com a mão”. Mas como ele é bom professor e eu boa aluna (isso não é tática para garantir minha nota), vou me dispor a tentar.          Escrever sobre escrever parece fácil. Mas sendo trabalho de classe, passa a ser obrigatório e ao se tornar obrigatório, começa a ficar difícil. É sempre assim. Comigo, pelo menos. Não costumo escrever sob pressão e isso é um problema para quem deseja tanto seguir a carreira de jornalismo. Por outro lado, será que um jornalista realmente escreve sob pressão ou ele ama tanto o que faz que o texto flui naturalmente? São tantas perguntas! Talvez eu nem saiba responder a desde trab

CLARICE LISPECTOR

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Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo. Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos. Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso. Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos. Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem. Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram. Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir. Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi. Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto. Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir. Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam. Já tive crises de riso quando não podi

A mesmice cansa...

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Fico muito triste quando percebo que algumas pessoas não mudam o disco. Ta certo que alguns álbuns são bons, algumas músicas eternos sucessos, mas nada disso justifica a falta de criatividade para se reinventar, se reciclar. Entra ano e sai ano e o pessoal da casa ao lado continua ouvindo brega, o vizinho do outro lado da rua ainda põe baladas de Adão e Eva no paraíso (é, porque ainda teve a época que eles “se mudaram” pra terra e passaram a curtir um heavy metal). Alguns amigos continuam indo todo final de semana para o mesmo barzinho, escutar as mesmas músicas e ver aquelas figuras manjadas que ora ou outra aparecem acompanhadas e tempos depois vemos novamente sozinhas – com a plaquinha pendurada no pescoço: “procura-se”. Outros dizem não ter opção além de cinema e televisão e, por já terem decretado a sentença, para eles só resta cinema e televisão. O namorado da amiga reclama de grana desde que o conheci. Nunca tem dinheiro pra sair, mas vive postando fotos dele no orkut, nos lug

A razão

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Já fez um mês e 4 dias que ela se foi, minha vozinha. E ainda não consigo acreditar. Nunca aceitei o fato de que esse dia - inevitavelmente - chegaria. E mesmo nos momentos de maior lucidez - quando me permitia pensar na hipótese - sempre achava que ainda não estava perto. "Quando eu for para os Estados Unidos...", ela dizia. E eu sempre retrucava: "A senhora não é nem doida!" Gostava de compará-la à Dercy Gonçalvez, de vê-la tão ativa cozinhando, conversando com a família, indo a festas, novenas... Tenho foto dela no meu aniversário de 23 anos, que foi num videokê (local fechado, com fumaça de cigarro entranhando em tudo quanto é póro e música altíssima)! Por aí dá pra imaginar como ela era, não é mesmo? 86 anos de muita, mas muita palhaçada. Vovó era gaiata que nem eu. Aliás, sou gaiata que nem ela! 1º de abril ela pegou todo mundo lá em casa, menos a mim. Eu a enganei! Hahahaha! Preciso guardar todas essas boas lembranças para momentos como esse, quando a saudad

Cor-respondência

Remeta-me os dedos em vez de cartas de amor que nunca escreves que nunca recebo. Passeiam em mim estas tardes que parecem repetir o amor bem feito que você tinha mania de fazer comigo. Não sei amigo se era seu jeito ou de propósito mas era bom sempre bom e assanhava as tardes Refaça o verso que mantinha sempre tesa a minha rima firme confirme o ardor dessas jorradas de versos que nos bolinaram os dois a dois Pense em mim e me visite no correio de pombos onde a gente se confunde Repito: Se meta na minha vida outra vez meta Remeta. (Elisa Lucinda)
"O que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão." (Clarice Lispector)

Poesia Matemática - Millôr Fernandes

Às folhas tantas do livro matemático um quociente apaixonou-se um dia, doidamente, por uma incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do ápice à base. Uma figura ímpar; Olhos rombóides, boca trapezóide, corpo otogonal, seios esferóides. Fez da sua uma vida paralela a dela, até que se encontraram no infinito. "Quem és tu?" indagou ele, com ânsia radical. "Sou a soma dos quadrados dos catetos. Mas pode me chamar de Hipotenusa." E de falarem descobriram que eram - o que, em aritmética, corresponde a almas irmãs - primos-entre-si. E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz Numa sexta potenciação, traçando, ao sabor do momento e da paixão, retas, curvas, círculos e linhas sinoidais. Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclideanas e os exegetas do universo finito. Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. E, enfim, resolveram se casar, constituir um lar. Mais que um lar, uma perpendicular. Convidaram para padrinhos o Poliedro e a Bissetriz. E f

À minha vozinha linda

Gostaria de dedicar este blog à minha vozinha Olívia, que tanta falta tem me feito... De onde ela estiver, espero que saiba o quanto a amo e espero que esteja feliz. Lembro todos os dias de suas histórias, piadas, truques, orações, comentários, canções, alegria, costumes, lucidez. Vozinha, te amo pra sempre! Sua benção!