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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Encontros e despedidas

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Mande notícias do mundo de lá Diz quem fica Me dê um abraço, venha me apertar Tô chegando Coisa que gosto é poder partir Sem ter planos Melhor ainda é poder voltar Quando quero Todos os dias é um vai-e-vem A vida se repete na estação Tem gente que chega pra ficar Tem gente que vai pra nunca mais Tem gente que vem e quer voltar Tem gente que vai e quer ficar Tem gente que veio só olhar Tem gente a sorrir e a chorar E assim, chegar e partir São só dois lados Da mesma viagem O trem que chega É o mesmo trem da partida A hora do encontro É também de despedida A plataforma dessa estação É a vida desse meu lugar É a vida desse meu lugar É a vida ! Encontros, despedidas, saudade. Palavras muito lidas, escutadas, clichês.  Já faz algum tempo que essa música passou a fazer todo o sentido do mundo pra mim. E hoje ela me veio mais forte, como uma punhalada no peito: uma pessoa muito querida está partindo, rumo a uma nova vida em outro estado.  Na sempre tão cruel despedida, lágrimas e aquela

O apertador de botão

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Há alguns anos, João foi contratado por uma fábrica para aparafusar caixas de madeira e despachá-las. No dia da entrevista de emprego, o dono da empresa lhe explicou sobre o serviço. Falou de todo o processo, o objetivo geral e a parte que lhe cabia. João não entendeu muito bem. Mas não importava. Bastava saber que, todos os dias, várias caixas diferentes lhe seriam entregues e ele teria que fechá-las com pregos para que viajassem com segurança. O salário não era muito bom, mas dava pra pagar as contas e sustentar a mulher e os filhos. Desde que chegava, até a hora de ir embora (exceto na hora do almoço, claro), o recém-contratado sentava numa cadeira e ficava esperando o superior lhe trazer as caixas de madeira.  Grandes, pequenas, médias. Para cada modelo, um número de pregos e uma técnica diferente. Com uma semana, aprendeu tudo o que precisava. Os anos foram passando e João continuava na mesma etapa, a última, de um processo que ele nem fazia idéia de qual era.  Um belo dia,

Natureza humana

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Ser como ar, transparente, fugaz.  Ninguém percebe, mas ele se faz presente, mesmo sem alarde.  Pode se adaptar às mais adversas situações, formas. Se não  quiser, sai silenciosamente - da mesma forma que chegou. Ser como terra, constante, prática, materialista, conservadora.  Dar importância às raízes. Rodar o mundo, mas no final da  jornada,  voltar pro mesmo pedaço de chão.  Sentir o solo e, através dele, o mundo afora: seco, molhado,  quente, frio. Ser como fogo, fonte de luz e calor. Ter grande potencial ígneo e radiante. Ser capaz de descongelar icebergs e  enxugar rios de lágrimas. Atrair com a sensualidade das chamas,  espantar com a fúria do incêndio e proteger no conforto de uma  lareira.  E, por fim, ser como água, maleável, adaptável, limpa. Ser  transparente, mas algumas vezes  turva. Nem sempre ser consumível. Ser flexivel e volátil. Seguir  a correnteza. Saber represar e desaguar, quando for preciso.  Ser um  pouco como iceberg: imponente, forte, implacável -  mas, p

Ah, a semiótica...

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Me espalho em vários pedaços de mim Vermelhos, pequenos, diluídos em outros tons da palheta... Que eu vou pingando pelo chão. O que eu sou pra você, O que eu sou nesse blog, O que eu sou pra mim mesma, São partes, fragmentos. Às vezes maximizo  alguns e espanto. Noutras, resolvo não mostrar o que salta aos olhos. É importante sempre relativizar, olhar dos mais diversos ângulos. Nunca o que se vê é o que realmente é.

Metamorfose

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E assim...  de repente... Nasce uma nova mulher.