O último suspiro
Sabe quando você fica nostálgica? Hoje fiquei assim, duas vezes. Uma pela manhã, na esteira da academia e outra agora... Depois do almoço. Não, não tomei açaí. Talvez tenha tomado outra coisa: consciência. De vez em quando caio numa espécie de transe e um filme muito louco passa bem em frente aos meus olhos. É a minha vida. Lembro de tudo que fiz; do que não fiz; do que consegui; do que deixei para trás por medo ou por insegurança. Penso em tudo o quanto já vivi, os lugares onde estive. Em alguns pretendo voltar, em outros... apenas foi bom tê-los conhecido.
De repente me enxerguei votando pela primeira vez. Estava nervosa, com medo de errar alguma coisa. Me sentia importante, ao mesmo tempo idiota. Pensava se era possível mudar o mundo. Hoje eu já tenho a resposta e ela não me agrada. Me teletransportei para o condomínio fechado no qual quis morar durante toda minha infân cia e finalmente consegui, vivendo lá por seis anos. Senti exatamente a frustração de não ter sido bem o que eu imaginava. Talvez por ter crescido... por não ter feito muitas amizades (apesar de uma ter durado até hoje). Me vi tomando banho de piscina com mamãe, meus tios, meus primos, amigas e até minha avó. Em relação a vários fatores, posso dizer que fui feliz ali.Mas sabe quando gasta? Quando é hora de seguir em frente?
Numa questão de instantes, me enxerguei de cabelo longo, liso, negro, naquela mesma esteira... e logo em seguida me vi ruiva, a raiz crespa crescida, o rosto aredondado, gordinha. Tive muita vontade de emagrecer e consegui. Como consegui, graças a Deus, quase tudo que quis nessa vida. Frases desconexas, imagens desconexas. As vozes das pessoas que amei, as aparências, os trejeitos, até os cheiros e o sentimento que tive por elas. Tudo voltou numa fração de segundos e diminui a frequência da esteira. Um cansaço descomunal me invadiu. Precisei respirar. Foi como uma morte... não-física... não-espiritual. Talvez tenha sido o último suspiro da menina que um dia residiu em mim.
De repente me enxerguei votando pela primeira vez. Estava nervosa, com medo de errar alguma coisa. Me sentia importante, ao mesmo tempo idiota. Pensava se era possível mudar o mundo. Hoje eu já tenho a resposta e ela não me agrada. Me teletransportei para o condomínio fechado no qual quis morar durante toda minha infân cia e finalmente consegui, vivendo lá por seis anos. Senti exatamente a frustração de não ter sido bem o que eu imaginava. Talvez por ter crescido... por não ter feito muitas amizades (apesar de uma ter durado até hoje). Me vi tomando banho de piscina com mamãe, meus tios, meus primos, amigas e até minha avó. Em relação a vários fatores, posso dizer que fui feliz ali.Mas sabe quando gasta? Quando é hora de seguir em frente?
Numa questão de instantes, me enxerguei de cabelo longo, liso, negro, naquela mesma esteira... e logo em seguida me vi ruiva, a raiz crespa crescida, o rosto aredondado, gordinha. Tive muita vontade de emagrecer e consegui. Como consegui, graças a Deus, quase tudo que quis nessa vida. Frases desconexas, imagens desconexas. As vozes das pessoas que amei, as aparências, os trejeitos, até os cheiros e o sentimento que tive por elas. Tudo voltou numa fração de segundos e diminui a frequência da esteira. Um cansaço descomunal me invadiu. Precisei respirar. Foi como uma morte... não-física... não-espiritual. Talvez tenha sido o último suspiro da menina que um dia residiu em mim.
Comentários
Bjos com gosto de Recomeço e ótima semama!