Sem inspiração estou agora. Tento atiçar a imaginação mas ela demora. Não consigo pensar em algo que faça rimas. É como querer acertar o alvo com a flecha apontada para cima. Não acho um bom assunto que se organize bem em versos. Mesmo sabendo que no mundo há mil assuntos diversos. Que coisa chata, não consigo imaginar. Isso quase me mata, porque é horrível não poder pensar.
Mas espere um momento, mesmo não tendo um tema, se estas frases vou relendo, vejo que é um poema!
Fico muito triste quando percebo que algumas pessoas não mudam o disco. Ta certo que alguns álbuns são bons, algumas músicas eternos sucessos, mas nada disso justifica a falta de criatividade para se reinventar, se reciclar. Entra ano e sai ano e o pessoal da casa ao lado continua ouvindo brega, o vizinho do outro lado da rua ainda põe baladas de Adão e Eva no paraíso (é, porque ainda teve a época que eles “se mudaram” pra terra e passaram a curtir um heavy metal). Alguns amigos continuam indo todo final de semana para o mesmo barzinho, escutar as mesmas músicas e ver aquelas figuras manjadas que ora ou outra aparecem acompanhadas e tempos depois vemos novamente sozinhas – com a plaquinha pendurada no pescoço: “procura-se”. Outros dizem não ter opção além de cinema e televisão e, por já terem decretado a sentença, para eles só resta cinema e televisão. O namorado da amiga reclama de grana desde que o conheci. Nunca tem dinheiro pra sair, mas vive postando fotos dele no orkut, nos lug
"... pareço forte, mas no fundo sou fraca fera, porém sou bela às vezes chata, mas no meu íntimo há sentimentos diversos Pareço metida, porém se olhares em meu semblante, com seu coração, verás apenas humildade. Calma sempre. Posso até parecer solitária... É que realmente tenho poucos amigos." (Clarice Lispector) Li esse texto no (Re)canto da Fênix e me identifiquei. Nem me espanto mais. É Clarice. O curioso é a coincidência. Poucos minutos antes de abrir o blog, vinha pensando em minha realidade social. Passo o dia na TV, onde tenho excelente rede de relacionamento (profissional). Falo com todo mundo, todos gostam de mim. Mas sou na minha. Estou sempre acompanhada, mas não faço parte de nenhum grupo (partidário, de amigos, das mamães, dos que se reúnem fora do ambiente de trabalho). É como sou no restante da minha vida: sempre rodeada de pessoas e, ao mesmo tempo, sempre só. Sempre que falo com a Elga, ela sempre está com o grupinho dela. Eles fazem tudo juntos. Vão ao
Disse que não acreditava em almas gêmeas para ela. Mas depois de um certo tempo, começou a duvidar de suas próprias convicções. Talvez existisse isso mesmo, essa sorte de encontrar pessoas certas. Nunca confessara a ninguém, mas começou a acreditar em destino, tinha vergonha da gozação que fariam seus amigos. Mas sabia que ninguém que cruzasse seu caminho estava ali por mero acaso. Mas sim, para ensinar alguma coisa, para nos transformar, ou fazer com que ajustemos falhas, erros, ou simplesmente paremos para pensar. Sozinho, fumando o seu cigarro, mexia com o dedo indicador o copo de vinho que sempre o acompanhava em algumas noites de solidão, quando batia aquela saudade, quase dor, a espetar-lhe o coração como se espeta um boneco de vudu. Fazia algum tempo que sua mulher o deixara. Era tão estranho a sua ausência, mas lembrar não lhe fazia tão mal. Ao contrário. Tudo havia sido tão especial desde o início que até o primeiro beijo foi inusitado. Menos de três f
Comentários
lembrei-me
de Clarice...
Poesia por acaso
Sem inspiração
estou agora.
Tento atiçar a imaginação
mas ela demora.
Não consigo pensar em algo
que faça rimas.
É como querer acertar o alvo
com a flecha apontada para cima.
Não acho um bom assunto
que se organize bem em versos.
Mesmo sabendo que no mundo
há mil assuntos diversos.
Que coisa chata,
não consigo imaginar.
Isso quase me mata,
porque é horrível não poder pensar.
Mas espere um momento,
mesmo não tendo um tema,
se estas frases vou relendo,
vejo que é um poema!
Clarice Pacheco.
Animo!!