Delírios científicos na academia



Sempre quis entrar pra história. Perpetuar uma grande ideia que em algum momento foi revolucionária. Ter meu nome na lista dos que contribuíram para a ciência. Ser referência em algum assunto (talvez em grande parte por ego). 


O fato é que criança, adoro pensar nas coisas da vida. Analisar as pessoas (principalmente as menos comuns), prestar atenção nos fenômenos naturais e assistir filmes que me instiguem a adquirir mais conhecimento. E essa fome pelo desconhecido até hoje me captura nos mais diversos momentos do dia: no ônibus, andando pela rua, numa mesa de bar, deitada em minha cama, na frente do computador e... hoje inaugurei um novo espaço de reflexão: academia.

Não muito empolgada, saí de casa pela manhã, para malhar e acabei encontrando uma velha amiga, com quem sempre adorei conversar. Bate-papo pra lá, bate-papo pra cá... começamos no chocolate de Gramado e passamos pra filmes, séries, até que aprofundamos em assuntos tão malucos abstratos que se alguém prestou atenção na gente, teve a certeza de que somos da Tribo de Jah bastante inteligentes. 


Andreia sempre foi a melhor companhia que tive para viajar na maionese (sei que ela vai rir disso). Fomos grandes companheiras na adolescência, até que nossos casamentos caminhos nos separaram.

O fato é que fomos concatenando pensamentos sobre física quântica, sistemaimortalidade, fim do mundo, viagem no tempo, vida em outros planetas, até chegarmos a uma teoria mui maluca que me fez todo o sentido do mundo e desequilibrou o alicerce de minhas certezas: a teoria da "memória genética":

O DNA é uma espécie de arquivo, certo? De inúmeras informações que determinam cor da pele, dos olhos, estrutura óssea, dentre muitas outras características. E nossos filhos são continuações dessas características agregadas do pai, da mãe e do resto da família. Correto? 


Até aí, nenhuma novidade. Mas... e se ele guardasse, além de tudo isso, uma espécie de memória compilada dos nossos antepassados? Como um arquivo zipado que só poderia ser acessado através de alguma técnica específica?

Isso explicaria muita coisa. Como o fato de nos identificarmos mais com algumas pessoas do que com outras. A internet tornou possível demonstrar que é possível se sentir próximo de quem está do outro lado do país ou do mundo e distante de quem mora na casa ao lado. 


Explicaria o porquê de pessoas adivinharem quando um grande amigo está precisando de ajuda. Minha tia sentiu e viu uma luz que correu do quarto pra sala no dia (e provavelmente na hora) em que a melhor amiga dela faleceu. Todos nós somos somos provenientes de um denominador comum. Somos interligados!

Se carregamos memórias de nossos antepassados, significa que se fosse possível montar nossa árvore genealógica até milhões de anos atrás, descobriríamos quais foram os primeiros habitantes da terra. Ou seja, poderíamos afirmar se eram primatas (o que certificaria a teoria do criacionismo) ou Adão e Eva (o que certificaria o evolucionismo enquanto teoria). 

A alegria do "Eureka" dura pouco. A minha durou até chegar em casa e meu marido me dizer: "Amor, isso é Memória Genética, a base da psicologia que atua com regressão!" e todos os meus sonhos científicos escoarem junto com a água do banho. Ao procurar na internet, milhares de artigos sobre o assunto que, há algumas horas, parecia tão... extraordinário... quanta pretensão, não é mesmo? Tsc, tsc, tsc.

Bom, mas teorias à parte, é bom viajar de vez em quando. E já que não tem transatlântico mesmo, me conformo com a boa e velha maionese. :)

Comentários

Andreia Treptow disse…
UAuauhauahauauahuau! Boa! Eh verdade Fla viajar na maionese faz bem sim! Pelo menos de vez em quando. Alias do papo que tivemos percebi muitas coisas...Mas voce vai le no meu post.hehehehehe bjos e ate a proxima viajem heheheeheheh
L.S. Alves disse…
Eu ia quebrar as suas ilusões dizendo que Frank Herbert escrevera sobre isso no clássico da FC "Duna", mas já que o maridão chegou antes então deixa pra lá.
Um abraço e boa malhação.
Dom Rafa disse…
Sabia dessa não. Gostei! Curiosidade: "Raphael" = "anjo que cura" ou "aquele que cura", segundo a maioria das definições que eu li. A minha avó me dizia que quando eu nasci, eu havia sido "curado" por Jesus (de uma hérnia, eu acho? Nasci com isso). Eu tenho uma certa cisma com doença, volta e meia visito hospital e um xamã maluco em um shopping, em troca de algumas moedas e uns dados da minha pessoa, me assegurou que na minha última vida eu havia sido um médico no México asteca, por volta dos anos 1400. Eu era "aquele que curava". Curei tanta gente que hoje quero ser curado também? Sim, deve ser a tal Memória Genética.

Beijos, Fla!
Dom Rafa disse…
La foto! Me gustó la foto! =D
C. disse…
Olá Flavia,

sou tao teórica, adoro viajar na maionese rs Acho as mulheres sao assim mesmo, e no final a história acaba igual: os maridos chegando e nos acordando pra vida! rs

Adorei a tua sensibilidade no coment que fez no meu bloguito, sobre o texto da Martha Medeiros sobre casamento :)

Beijinhos

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