Propaganda: liberdade de expressão ou persuasão publicitária?
Hoje é o dia da propaganda. O jornal O Liberal publicou uma matéria super tendenciosa a respeito do assunto, criticando ONGs entidades governamentais por apoiarem a restrição de anúncios publicitários como forma de persuasão negativa. Álcool, cigarro, alimentos de alto valor calórico, etc. Este blog nunca teve caráter político, partidário, nem mesmo jornalístico (mesmo que escrito por uma aprendiz da profissão). Mas hoje, após ler essa matéria na internet, senti vontade de me manifestar acerca do assunto.
Até concordo que alguns venham com o discurso do direito de expressão. Publicitários, donos das agências de publicidade, o próprio comércio desses produtos... mas um veículo de comunicação? Se posicionar dessa forma? *indignada*
E o pior de tudo: além de ter ficado na cara que a opinião toda se resume em CA$H, o próprio texto se contradiz:
1º trecho: "Atualmente existem 11 projetos no Congresso Nacional que dispõem sobre proibições e restrições à propaganda de determinados produtos. Mas será que os males da sociedade como obesidade, alcoolismo e tabagismo podem ser atribuídos à chamada persuasão publicitária?"
2º trecho: "A opinião é compartilhada por Guto Chady, presidente da ABAP-PA (Associação Brasileira de Agências de Publicidade - Pará). Ele acredita que a restrição na propaganda de alimentos pode ser um 'desastre'. 'A propaganda é persuasiva e a falta dela declina qualquer venda', diz."
Por fim, a apelação
Para ele, os efeitos dessa restrição poderão ser sentidos em vários setores da cadeia produtiva, como restaurantes e produtores, mas o principal prejudicado deve ser o consumidor. "O maior prejuízo é para a sociedade como um todo, que tem na propaganda séria e saudável um alicerce fundamental de informação e elucidamento", explica.
... e o velho discurso
As leis de proibição da propaganda vão de encontro a um dos direitos básicos previstos na Constituição: a liberdade de expressão, que consiste na livre comunicação de ideias e opiniões. "Como base da democracia e da livre iniciativa, a sua proibição ou mesmo contigenciamento têm que ter bases claras de lógica e critério para não cair na inconstitucionalidade", argumenta Chady.
Muito fácil apelar pra esse argumento da liberdade de expressão numa discussão como essa. Quero ver na hora de veicular uma notícia que vá de encontro com os interesses dos anunciantes ou dos donos dos meios de comunicação (que geralmente estão envolvidos na política). Hipocrisia.
Gostaria de deixar claro que citei o jornal O Liberal por conta da matéria publicada hoje, 4 de dezembro, dia da propaganda. Mas tudo que expus vale para os outros jornais locais, que também publicam matérias tendenciosas contando com a idiotização do leitor / espectador. Mas para a alegria da classe acadêmica, os novos pesquisadores da área não acreditam mais nesse público marionetes de teorias como a da indústria cultural ou da agulha hipodérmica. "Compre batom" e o cara levanta do sofá e vai comprar o chocolate. Olhando por esse lado... Talvez meu post nem faça mais tanto sentido... :)
Comentários
(Alguém bem contrária do Zé Ninguém!?)
2) Enola, enquanto sócia de uma agência de publicidade: Isso é um absurdo!!
É, minha cara Escarlate... melhor a Enola ficar quieta dessa vez. Afinal, tudo tem dois lados, ou três, ou quatro...
*beijinho*
Confere o linque abaixo.
http://www.visaopanoramica.com/2009/08/28/as-tijoladas-o-mosquito-e-o-combate-aos-blogs-polticos/
Um abraço moça.
Mais uma vez, consegue transmitir uma verdade que, muitas vezes, alguns não possuem a coragem em dizer, trazer para a superfície.
Beijos de Fogo!
Beijos!
bjs!