Desde 7 de julho, dia de minha última postagem, estou com uma doença que - de tão avassaladora - me parece incurável. Sento aqui nesta mesa com os olhos voltados para o infinito, o ventilador jogando ar em meu corpo suando frio. Tento me animar, pensar em algo que me traga boas lembranças e, assim, me faça melhorar. Mas nada. Não há medicamentos para tal enfermidade. E a única cura está dentro de mim. Preciso apenas encontrá-la. Os médicos dizem que ajuda se eu compartilhar meus medos com alguém, é o que estou fazendo agora. Passei esse mais de um mês camuflando aqui neste blog o que sentia , com posts tão vazios quanto as receitas de bolo que substituíam as matérias censuradas pela ditadura militar. Meus gritos reprimidos de verdade engatavam em minha garganta, mas não passavam dela. Minha mente, principal alvo desta doença "maledita", tentava reverter a situação. Mas quanto mais o fazia, pior era. Melhor teria sido deixar fluir, como estou fazendo agora. Procurei vários...