Dona Neide e o sonho de ser jornalista
Essa aí é Neide Batista. Ela tem 50 e alguns anos e um grande sonho: ser jornalista. A conheci há quase 4, quando entrei na Faculdade de Jornalismo. Ela gravava, há 20, livros falados para deficientes visuais no Instituto Álvares de Azevedo (mais conhecido como "escola de cegos"). Foi da minha turma durante um ano, até as coisas apertarem financeiramente e ela precisar abandonar o curso. Dona de uma voz grave, dicção impecável e piadas um tanto ácidas, Dona Neide (como carinhosamente a apelidei) é uma figura diferente de tudo que já conheci. Sinceridade é sua marca registrada. É do tipo "ame ou odeie" e, justamente por isso, me conquistou. Sentar num bar com Neide Batista é como abrir um livro de 500 páginas, uma biografia que qualquer terráqueo adoraria ler. A história de vida dessa mulher já começa diferente, com a mãe que quase a mata (sem querer, óbvio), as cervejas que ela tomava escondida atrás da porta quando criança, e prossegue tão absurda quanto. ...