A "boazinha" e a queda da visão cartesiana
Não sei a partir de que momento ganhei o estigma de 'boazinha' na empresa em que trabalho. E, muito menos, quando o aceitei sem grande discórdia. Afinal de contas, que mal haveria de ter ser uma pessoa boa? Cresci aprendendo que desejar o bem alheio faz parte da fórmula da felicidade. E a responsável por todo esse processo de aprendizado (mamãe) usou comigo a técnica mais eficaz que os pais podem usar na educação dos filhos: agir como gostaria que eles agissem. E, assim sem muito esforço, fui deixando de achar ridículo ela chorar na frente da TV assistindo casos sensacionalistas e programas de auditório que presenteiam um pobre coitado em um milhão e nos faz achar que o mundo é um pouco melhor do que parece. Pior do que tudo isso: me peguei várias vezes chorando junto com ela. Nos olhamos e rimos juntas quando acontece. Mas, como dizia no começo, não sei a partir de que momento as pessoas do meu trabalho começaram a perceber essa característica em mim e me rotular como